Ínicio

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Pausa no parque

Dias atrás, as condições para se trabalhar aqui em casa não estavam nada favoráveis: faxineira dando uma geral na casa e a reforma no apartamento de cima à todo vapor. Uma barulheira sem fim. Era quarta-feira e tinha planejado para aquele dia começar a redesenhar o meu novo negócio criativo, juntar minhas referências, revisitar estudos e anotações feitas no decorrer dos últimos meses. Em casa, essa tarefa não fluiria da maneira como eu gostaria. Então, não tive dúvidas: coloquei na bolsa canga, canetas coloridas, caderno, agenda, um petisco gostosinho e fui para o PARQUE!

A tarde estava linda, ensolarada e convidativa para estar em meio ao verde. O Parque da Juventude, localizado bem próximo à minha casa, acolheu-me de braços abertos. Acomodei-me embaixo de uma árvore com minha canga azul-vivo, presente de uma amiga muito querida (lembranças afetivas são ótimas companhias e sempre bem-vindas nessas horas!).

Primeiro, observei... o céu azul, o sol que batia no rosto à medida que o vento balançava os galhos da árvore, a família que fazia um piquenique ali perto. Depois senti o sorriso no meu rosto, o corpo relaxado, o entusiasmo e alegria dentro de mim. Por alguns instantes, juro que me senti adolescente, que sai de casa em busca de um respiro, um momento só seu, deixando para trás a rotina e as regras que limitam nossas experiências.

Também agradeci. Pelo insight, por ter ouvido minha intuição, por ter dado espaço ao que meu coração pedia naquele dia. E pensei em quantas vezes abri mão de momentos assim, engolida por uma rotina maluca, sem me permitir fazer uma pequena pausa.

Naquela tarde linda de inverno, também me emocionei muito. Fiz uma prece tão verdadeira que uma pequena lágrima escorreu pelo meu rosto. Conversei com o sol, o céu azul, com meus sonhos e com Deus. Pedi coragem para colocar em prática tudo o que estava brotando ali, entre palavras, registros, cores e folhas, sem precisar abrir mão do tempo e da energia dedicados ao meu bem mais precioso: minha família. 

Passei um pouco mais de duas horas ali. O caderno verde de "bolotas" pink voltou pra casa recheado de ideias, registradas sem nenhum tipo de critério. Simplesmente registradas. Na mesma leveza que tenho tentado viver cada novo dia - sim! é um aprendizado difícil e contínuo!


As coisas estão mudando por aqui. Eu não sou mais a mesma. O meu negócio criativo também não será mais o mesmo. Bendita seja esta pausa que eu me permiti viver de uma forma tão intensa. Estou mergulhada nas minhas inquietações, angústias e medos. Estou respirando sonhos, ideias e absorvendo tudo de lindo que sinto no coração. Estou revisitando minha história, minhas lembranças e emoções com uma coragem gigante e um olhar doce para comigo mesma. Estou aberta ao autoconhecimento como nunca estive antes. E feliz com este pacote todo que a vida está me dando de presente!

Encerro o post, te perguntando: quando foi a última vez que você se permitiu uma pausa para simplesmente observar a vida passar? Um momento de paz com você mesma? Um tempinho para sentir suas emoções aflorando? Convide-se a viver isso. Por uma hora, um dia, uma tarde, o tempo que for possível. Faça uma pausa. E se olhe para dentro!

"Felicidade não tem a ver com oba-oba, riso frouxo, vida ganha. Isso é alegria, que também é ótima, mas que não tem a profundidade de uma felicidade genuína que engloba não só a alegria como a tristeza também. Felicidade é ter consciência de que estar apto para o sentimento é um privilégio, e que quando estou melancólica, nostálgica, introvertida, decepcionada, isso também é uma conexão com o mundo, isso também traz evolução, aprendizado. Feliz de quem cresce. Mesmos aos trancos." Trecho da crônica "Quanta felicidade eu aguento?" da Martha Medeiros que está no livro Simples Assim.

Pense nisso... com carinho e o coração aberto!
E por falar em coração, um beijo para o seu! <3


5 comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...